Na Casa do Impacto estamos sempre de olhos postos no futuro. Um futuro que se quer melhor. É incontestável que as Crianças são os agentes do futuro, são elas que vão continuar a construir o mundo e continuar o legado dos que já cá estiveram e nos deixaram essa tarefa a nós. Mas assim como se constrói um mundo melhor a partir do agora, também estes seres humanos têm direitos no agora e necessidades que devem ser respondidas já.

Na Casa do Impacto temos projetos que trabalham para que o Impacto também tenha espaço para responder às Crianças e promover um estilo de vida que seja mais sustentável, didático, divertido e saudável para as mesmas. Para celebrar o Dia Internacional da Criança pedimos que fizessem uma reflexão sobre como é que as suas soluções de Impacto podem reflete o papel da Criança na Sociedade como um todo.

Conhece-os: 

 

“Na Bicicultura desenvolvemos vários projetos de impacto focados nas crianças e ligados aos modos ativos de mobilidade, como o CicloExpresso, o Sempre a Rodar e o Cresc(h)e na Rua!.

Com o CicloExpresso facultamos às crianças a oportunidade de se deslocarem para a escola nas suas bicicletas e em grupo, acompanhadas pelos seus amigos e por adultos monitores – chama-se a isto um comboio de bicicletas e por isso os monitores são “maquinistas”. Como muitas vezes acompanhávamos crianças a pedalar em bicicletas de tamanho desadequado, criámos o Sempre a Rodar, um negócio social de troca e venda de bicicletas infantis, assente nos princípios da economia circular e que facilita o ajuste da bicicleta ao crescimento ao longo dos anos. Percebendo ainda que muitas creches e infantários têm dificuldade em sair com as crianças à rua para brincadeira, acesso à natureza e a serviços culturais, criámos o Cresc(h)e na Rua!, que disponibiliza formação em condução e triciclos de transporte coletivo de passageiros e um catálogo de destinos para promover a mobilidade em bicicleta e o desemparedamento da infância. Somando os três, já são quase 1500 crianças a beneficiar da nossa ação.

Estes três projetos têm várias coisas em comum: centram-se na procura de uma sociedade mais amável e sustentável e foram desenvolvidos para dar resposta às necessidades específicas das crianças e das famílias de uma forma generalista, isto é, procurando envolver o maior número de crianças possível. Existem imensas barreiras à inclusão efetiva das crianças na sociedade, começando pelo espaço público: quantas crianças têm as condições efetivas para fazer algo que adoram: andar de bicicleta e brincar na rua?

A nossa tarefa é ajudar a reequilibrar estas dinâmicas através de uma abordagem profissional e humana, sempre aliada a gerar sorrisos nos mais pequenos. Se é verdade que a ação nas crianças tem um potencial de impacto duradouro muito grande, tanto para a sociedade como para elas ao nível da autonomia, das interações sociais e da saúde, é também verdade que podemos analisar esta ação como um “simples” processo de inclusão a que todos têm direito, independentemente da idade.

Feliz dia da Criança!”

 

Luís Vieira – Co-Founder – Sempre a Rodar & Project Manager – Bicicultura

 

 

Crianças – o grupo menos ouvido na Economia Social?

Nestes últimos 10 anos que tenho trabalhado dentro da Economia Social em projetos educacionais, desde grupos de voluntariado universitário, a projetos internacionais de cooperação ou a projetos em parceria com o governo, a maior dificuldade desses projetos tem sido a adesão voluntária e contínua das crianças.

De um modo geral, acho que isso explica bem porque é que as grandes métricas de impacto dos projetos educacionais ainda são, no fundo, métricas de participação e frequência e não realmente de impacto como a alteração de comportamentos ou ganho de competências.

Isto acontece, apesar de todas as bem intencionadas auscultações, grupos de foco ou assembleias de jovens feitas pelos projetos. Portanto, teoricamente, queremos ouvi-las, falta o saber ouvi-las.

Há um ponto de partida que deveríamos ter presente quando falamos com crianças: tudo o que as crianças realmente querem fazer é brincar (e ainda bem!). O resto é para responder às nossas expectativas de adultos. Portanto, para ouvir as crianças verdadeiramente, não basta perguntar o que elas querem fazer; é necessário assumir que querem brincar e investigar o que andam a brincar, e porquê.

Mas isso não basta. Então e a descoberta do que é que é divertido ou interessante? Alguém em criança inventou uma brincadeira nova com os seus amigos e não foi mudando as regras à medida do grupo? É preciso brincarmos com elas. Brincar mesmo, de gatas e de rabo para o ar, o que for preciso – é isso o que é o projeto, ou pelo menos deveria ser.

Assim, o que sobrevive do projeto são atividades que são verdadeiras brincadeiras, boas para qualquer criança voltar amanhã, para a semana, sempre que houver quem brinque.

Esse é o trabalho que a Class of Wonders tenta fazer todos os dias com os seus projetos: trazer o brincar para a sala de aula e, com isso, tentar acabar com as assimetrias na educação.

Um grande obrigado às dezenas de milhares de crianças que todos os dias inventam estas brincadeiras connosco (crianças grandes) e que, com isso, virão a impactar tantas outras no mundo.

 

Francisco Pires de Miranda – Founder and CEO | Class of Wonders

 

 

“Uma vez criança, criança para sempre!

Na MyPolis, acreditamos que todos os dias são dias da criança e que estas têm um papel preponderante na nossa sociedade. Uma comunidade construída à “altura” da criança é mais saudável, inclusiva e justa para todas as pessoas, sejam elas mais velhas ou mais novas.

As crianças de hoje são os adultos de amanhã, mas todos e todas somos cidadãos e cidadãs do presente e temos o desejo de contribuir para o desenvolvimento dos nossos territórios. Para tal, é necessário quebrar as barreiras do envolvimento e participação infantil, jogando e brincando à cidadania.

Desejamos que as crianças, mais do que “ouvidas”, sejam o centro do processo de transformação social. Para isso, temos dado o nosso contributo para o impacto social com respostas lúdicas como:

  • > Jogo Exploradores da Cidadania: Um jogo de tabuleiro especialmente concebido para alunos do 1º ciclo, com o objetivo de promover a aprendizagem e o contributo cívico através do brincar. Passo a passo, as crianças, ao longo do caminho da participação, compreendem os princípios da cidadania e desenvolvem o seu potencial através da aquisição de conhecimentos, atitudes democráticas e competências cívicas. De forma lúdica, divertida e colaborativa, partilham ideias brilhantes para as suas comunidades. Este jogo já envolveu mais de 1000 alunos, 50 professores/as e 10 autarquias portuguesas!
  • > Conselho das Crianças de Torres Vedras: A partir das crianças, com as crianças e para as crianças, temos co-construído o “Conselho das Crianças de Torres Vedras”. As personagens principais deste “Conselho” são os conselheiros/as que, munidos dos seus superpoderes, têm ajudado a MyPolis a pensar em como materializar as ambições das crianças torreenses. Estas, através do brincar, têm comunicado as suas ideias e propostas para a infância na cidade de Torres Vedras.

Acreditamos que, uma vez criança, criança para sempre. Por isso, as crianças da MyPolis têm dado o seu contributo, e agradecemos a todas as crianças que brincam e jogam à cidadania por nos inspirarem todos os dias a tornarmo-nos cidadãs e cidadãos mais envolvidos e participativos!”

 

Ilpo Lalli – Social Pedagogue and Project Manager | Mypolis

 

 

“No coração da economia social, encontramos projetos que não só desafiam o status quo, mas também redefinem o papel dos mais jovens na sociedade. A Petit Fox Portugal é um desses projetos, uma loja online de roupa em segunda mão em estado novo e semi-novo, para crianças dos 0 aos 12 anos, que tem como objetivo moldar o futuro da moda e da sustentabilidade.

Através da reutilização de vestuário, a Petit Fox não só oferece uma segunda vida às peças de roupa, como também permite aos pais ensinar às crianças o valor do consumo consciente. Cada peça vendida é uma lição de responsabilidade e uma oportunidade para as crianças tomarem conhecimento sobre o impacto das suas escolhas no mundo.

Este projeto transcende efetivamente a mera transação comercial, transformando-se numa plataforma educativa que coloca as crianças no centro da aprendizagem sobre sustentabilidade. Longe de serem meros espectadores, são inspiradas a tornarem-se participantes ativos na criação de um futuro mais sustentável. Ao envolver as crianças de forma significativa na economia social, a Petit Fox está a semear as sementes para o florescimento de uma nova geração consciente do ambiente e pronta para liderar com responsabilidade

O impacto da Petit Fox estende-se para além das fronteiras da proteção ambiental. Ao promover a economia circular, cria simultaneamente um tecido social mais coeso, onde a partilha e a solidariedade são valores inculcados desde cedo. Este é o verdadeiro reflexo do papel da criança na sociedade: ser a mudança que queremos ver no mundo.

A Petit Fox Portugal é mais do que uma loja; é um movimento, uma comunidade e um reflexo de como a economia social pode ser um veículo para a mudança positiva. É um lembrete de que, mesmo os mais pequenos entre nós têm o poder de influenciar o mundo de maneiras significativas.”

 

  • > TINCTÓRIA:

“Vivemos tempos conturbados e desafiadores. Para lá das guerras, dos ódios, da fome e das desigualdades, as alterações climáticas representam uma das maiores ameaças à sobrevivência da espécie humana. E, por isso, precisamos de ser rápidos, solidários, criativos, dinâmicos e pedagógicos na procura de alternativas para acabarmos com os abusos relativos à exploração dos recursos da Terra.

É para mudarmos o paradigma de uma economia extrativa que criámos a Tintória, um projeto vocacionado para mostrar às crianças o espírito dos nossos antepassados e o modo como aproveitavam recursos naturais na criação de tintas sem perigos para a saúde. Mas este é também um plano que envolve os adultos e que, num contexto de transição para a economia circular, nos ensina a ter outro olhar sobre os resíduos e acerca da sua reutilização inteligente.

Porque sustentabilidade não é uma palavra vã, contribuímos para a proteção dos ecossistemas e da biodiversidade. Assumimos a nossa quota-parte no imprescindível compromisso ético e responsável de defesa da Natureza. Ajudamos a equilibrar desenvolvimento económico e preservação do ambiente. Atraímos consumidores e investidores conscientes. Recriamos modelos de negócio. Robustecemos cadeias de valor. Não comprometemos o bem-estar das próximas gerações. Estabelecemos bases para um futuro próspero. Reaproveitamos biorresíduos; poupamos água; evitamos desperdício de recursos; reencontramos a ligação homem-planeta em harmonia; reduzimos emissões de gases e os níveis de poluição.

Com as tintas não tóxicas da Tinctória traçamos um caminho de inclusão para todos, construindo um processo de cidadania participativa e com base na equidade. Unimos escolas e pais, professores e alunos, comunidades de menor e maior dimensão. Ajudamos a melhorar as nossas casas, as nossas ruas, as nossas aldeias, as nossas vilas, as nossas cidades, o nosso país. Melhoramos o ambiente. Melhoramos o mundo.”

 

“Hoje, celebramos a criatividade, imaginação e potencial de todas as crianças. Na ubbu, acreditamos que cada criança tem uma história única para contar, e estamos dedicados a fornecer as ferramentas e a plataforma para trazer essas histórias à vida.

Através da ubbu, as crianças não estão apenas a aprender a programar, mas também a adquirir competências valiosas que as integram na economia social, reduzindo as barreiras no acesso à educação de qualidade. Ao “jogarem enquanto aprendem”, aprendem a colaborar, a resolver problemas e a pensar criticamente – competências essenciais para os futuros inovadores e líderes. Aliado a isto, noções de Cidadania Responsável estão sempre presentes na plataforma, desde bullying aos objetivos Sustentáveis das Nações Unidas.

A nossa plataforma leva as crianças de consumidores de tecnologia a criadores de tecnologia, construindo uma comunidade de jovens criadores que se apoiam e inspiram mutuamente.

Ao encorajar as crianças a explorar a sua criatividade e desenvolver competências técnicas e sociais, a ubbu está a ajudar a moldar um futuro onde todos têm a oportunidade de participar e prosperar na economia digital.

Juntos, vamos capacitar a próxima geração de criadores. Feliz Dia da Criança, e feliz programação!”

 

Tiago Campos – Growth Marketing Manager | ubbu

 

 

Deixamos também uma sugestão: a Teach For Portugal é mais um projeto focado nas Crianças e Jovens que, por sua vez, promove a modernização das medidas de ensino e facilita o acesso a uma Educação que se quer mais próxima e personalizada que ajudará cada Estudante a alcançar todo o seu potencial. Eles estão sempre à procura de Mentores que os ajudem nesta missão. Fica a dica!

Estes são alguns dos projetos que se focam em tornar a vida dos mais novos cada vez mais educacional e lúdica e que provam que o Impacto promove, por si só, a representatividade e a valorização de cada pessoa, independentemente da sua idade. Conhece melhor aquilo que defendem e o seu Impacto positivo que plantas os frutos do futuro.

As Crianças são o futuro, mas o futuro começa agora.

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